Juiz de Fora (MG) - Os bacharelados interdisciplinares (BI) da UFJF constituem uma alternativa de renovação da arquitetura curricular das universidades brasileiras. Essa nova estrutura é uma tendência internacional e busca solucionar alguns problemas enfrentados pelo ensino superior em todo o país. O fato de os estudantes terem que escolher qual carreira seguir aos 17 anos, a pobre formação cultural e humanística dos graduados e a necessidade de maior interdisciplinaridade nos cursos foram alguns dos motivos que fizeram a Universidade adotar o modelo. Juntas, as três opções oferecidas pela UFJF, dentro dessa nova arquitetura, representam quase 30% das vagas do processo de ingresso deste ano.
A estrutura curricular dos BIs em Artes e Design, em Ciências Humanas e do curso de Ciências Exatas é semelhante: o aluno passa por um primeiro ciclo de formação mais abrangente, com disciplinas de áreas diversas de interesse, tendo até mesmo mais liberdade para montar sua grade curricular. Ao final deste ciclo, que pode durar de dois anos e meio a três anos, o estudante recebe o título de bacharel em Artes e Design, Ciências Humanas ou Ciências Exatas, dependo da opção que fez no Vestibular ou Pism.
Este é um título de ensino superior, ou seja, o estudante passa a ter terceiro grau completo, podendo disputar vagas no mercado de trabalho ou prestar concursos públicos. No entanto, se quiser completar sua formação, pode continuar no curso, se especializando nas áreas oferecidas pelos institutos, sem precisar fazer outro Vestibular. Na nova etapa, o aluno cursa disciplinas específicas de sua área de interesse por mais um, dois ou três anos, conforme o curso. Por exemplo, após se tornar Bacharel Interdisciplinar em Artes e Design, o acadêmico pode continuar seus estudos e se tornar também Bacharel em Design, Moda, Artes do Espetáculo (Cinema) ou em Artes Visuais. O mesmo modelo é adotado pelo BI de Ciências Humanas e pelo curso de Ciências Exatas (veja na arte).
Entre as vantagens dessa modalidade de curso, o pró-reitor de Graduação da UFJF, Eduardo Magrone, destaca que o aluno terá melhor visibilidade sobre as alternativas profissionais da área que escolher. Isso porque o candidato não opta já no ato da inscrição do Vestibular ou Pism qual curso específico fará durante toda a graduação. Essa opção vai sendo descoberta ao longo do bacharelado. “O aluno tem contato com professores, alunos mais antigos, com a vida acadêmica, palestras. Tem muito mais condições de fazer uma opção mais segura e madura da profissão que ele quer seguir”. Além disso, os BIs proporcionam uma base geral sólida de conhecimentos que irão acompanhá-los por toda a carreira.
Para o diretor do Instituto de Ciências Exatas (ICE), Rubens de Oliveira, “o que caracteriza esse projeto é a flexibilidade. O aluno pode se candidatar a qualquer curso ou a vários, quantas vezes quiser, respeitando o regimento acadêmico”, destaca. No caso das Ciências Exatas, o critério de seleção adotado para entrar nesse segundo ciclo será o Índice de Rendimento Acadêmico (IRA) nas disciplinas obrigatórias de formação básica durante os três primeiros períodos. O curso oferece 405 vagas no processo seletivo deste ano, sendo 96 delas destinadas ao Sistema de Seleção Unificada (SiSu). “Minha expectativa quanto ao Sisu é grande. No ano passado, o Bacharelado em Ciência e Tecnologia da UFABC, que tem estrutura semelhante ao nosso, teve grande procura através do sistema”.
Como o curso de Ciências Exatas possui muitas vagas, a intenção do diretor é segmentar cada vez mais e, se der certo a experiência deste ano, passar ainda mais vagas para o Sisu. O BI em Ciências Humanas também está no sistema do Governo Federal com 80 vagas. Nestes dois casos, o candidato que não passou no Vestibular da UFJF tem uma nova chance de entrar, disputando a vaga pelo Sisu.
Outras informações: (32) 2102-3302 (ICE) / 2102-3101 (ICH) / 2102-3350 (IAD) / www.vestibular.ufjf.br / https://www2.ice.ufjf.br/cienciasexatas/.
Assessoria de Comunicação da UFJF